STATUS DE SAÚDE MENTAL, COPING E QUALIDADE DE VIDA EM CONTEXTO PRISIONAL PORTUGUÊS

Year 2022, , 73 - 74, 31.10.2022

Mariana Tomé Pereira Alfaiate Olga Maria Martins Valentim Carlos António Laranjeira Ana Isabel Fernandes Querido

https://doi.org/10.25279/sak.1137257

Abstract

Introdução: Com o crescimento da população reclusa nos estabelecimentos prisionais, e a consequente, privação destes ao mundo exterior deve existir uma preocupação acerca da sua saúde mental. Os problemas de saúde mental em contexto prisional resultam em catalisadores de forte perturbação do enquadramento institucional. A reclusão parece levar ao aumento dos níveis de stresse e ansiedade, dado que o recluso se depara com um conjunto de potenciais stressores, designadamente: a privação de liberdade, a pressão e interação exercida pelos pares no contexto prisional, a falta de suporte social, a escassez de estratégias adaptativas ao novo contexto e ainda a diminuição da qualidade de vida relacionada com a saúde. Os objetivos: foram: a) avaliar o status de saúde mental e os níveis de coping resiliente das pessoas em reclusão; b) analisar a qualidade de vida relacionada com a saúde; e c) estabelecer a relação entre o status de saúde mental e o coping resiliente. Metodologia: Estudo descritivo-correlacional realizado numa amostra por conveniência de 122 indivíduos reclusos de um estabelecimento prisional português. Os instrumentos de recolha de dados foram: a) Escala de Ansiedade, Depressão e Stress; b) Escala Breve de Coping Resiliente; c) Questionário EQ-5D-3L. Utilizou-se estatística paramétrica e a significância adotada foi p<0,05. Os princípios éticos constantes na declaração de Helsínquia foram respeitados, sendo garantida a confidencialidade dos dados e o anonimato. O estudo teve parecer favorável da Comissão de Ética do Politécnico de Leiria (CE/IPLEIRIA/20/2021). Resultados: Todos os participantes são do género masculino com média de idades de 40, anos 9 (DP=12,1). A maioria dos indivíduos é solteiro (49,2%) e têm o 3º ciclo do ensino básico (33,6%). 63,1% da amostra encontra-se em prisão preventiva e 36,9% apresenta uma primeira condenação. O EQ-5D-3L, é constituído por dimensões com representação em 3 níveis de gravidade. O EQ-VAS autoavalia a Saúde numa escala analógica visual de 0 a 100. Na amostra na dimensões mobilidade, 93,4% não apresenta problemas na mobilidade; nos cuidados pessoais 96,7% não apresenta problemas em cuidar de si; nas atividades habituais 96,7 não apresenta em desempenhar as suas atividades habituais; na dor/mal-estar; 74,6% não tem dor/mal-estar e na ansiedade/depressão 52,5% refere sentir-se moderadamente ansiodo/deprimido. Relativamente à EQ-VAS a média do estado de saúde autovaliada é de 79,3 (DP=20,2). Os resultados apontaram para a existência uma correlação positiva significativa, entre a subescala da Ansiedade, e as subescalas de Stresse e Depressão (r=0.65, e r=0.60 p<0.01 respetivamente). Por outro lado, o lado os níveis de stresse e ansiedade correlacionam-se negativamente com o coping resiliente (r=-0,25, p<0.01 e r=0.18 p<-0,05). Conclusões: Os problemas de saúde mental, na generalidade, iniciam-se ou são agravados no contexto prisional. A avaliação individual de necessidades de cuidados no contexto prisional é exequível fornecendo elementos importantes em áreas-chave para os reclusos e os serviços prisionais. Este estudo, é, portanto, um contributo relevante para o conhecimento atual sobre o status de saúde mental das pessoas em reclusão, salientando a ansiedade e depressão como variáveis importantes nos programas de intervenção em enfermagem de saúde mental e psiquiátrica.

Keywords

Ansiedade, Depressão, Saúde Mental, Prisões, Qualidade de Vida

MENTAL HEALTH STATUS, COPING AND QUALITY OF LIFE IN PORTUGUESE PRISON CONTEXT

Abstract

Keywords

Anxiety, Depression, Mental Health, Prisons, Quality of Life

References

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