Introdução: A violência contra a mulher se manifesta sobre diversas formas, com destaque atual para a modalidade obstétrica, que engloba todos os tipos de agressões sofridas pela mulher durante a gestação, trabalho de parto, parto e puerpério; acentuadas pela falta de ética, respeito, responsabilidade, compromisso aos direitos sexuais e reprodutivos, além do uso abusivo e inadequado de intervenções que cessam a autonomia feminina, expondo mulheres à violência obstétrica; caracterizando-se assim, como grave problema de saúde pública no Brasil. Para modificar esse cenário, torna-se necessário entender as simbologias que as mulheres atribuem a este fenômeno social e às práticas assistenciais desenvolvidas durante as fases da gestação, parto e puerpério. Objetivo: Analisar as representações sociais e práticas assistenciais desenvolvidas às mulheres no ciclo gravídico-puerperal sobre violência obstétrica. Método: Trata-se de um estudo do tipo descritivo e exploratório, com abordagem qualitativa, norteado pela Teoria das Representações Sociais e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob nº de parecer 4.944.003.O cenário do estudo foi a maternidade de um hospital público no interior do estado de Minas Gerais, no Brasil. Participaram da pesquisa mulheres no ciclo gravídico-puerperal, respeitando-se os critérios de inclusão e de exclusão. Os dados foram coletados presencialmente, entre os meses de setembro e outubro de 2021, através de um roteiro de entrevista semiestruturada e analisados pela técnica de conteúdo temática proposta por Bardin. Resultados: Evidencia-se que, grande parte das mulheres no ciclo gravídico-puerperal desconhecem o fenômeno da violência obstétrica, dificultando a identificação das ações que as caracterizam ou naturalizando-as. Por outro lado, algumas participantes representam a violência obstétrica como condutas inapropriadas com a gestante e o bebê, a exemplo da Manobra de Kristeller, a ausência do contato pele a pele e os toques vaginais excessivos, ocasionando mal-estar e sensação de desvalia materna, especialmente quando realizadas por profissionais de saúde. No que tange às práticas assistenciais, nota-se pelas falas das participantes que a falta de empatia, a negligência, as humilhações, as orientações conflituosas no ambiente do parto e nascimento, o jejum prolongado antes da parturição e o descaso médico com as demandas da gestante, parturiente e puérpera se sobrepunham a um atendimento digno, qualificado e humanizado, revelando situações de violência obstétrica no cenário estudado. Conclusões: Por fim, percebe-se a necessidade urgente em trabalhar as questões de violência obstétrica com as mulheres no ciclo gravídico-puerperal para que as mesmas possam ter mais conhecimento e seu protagonismo resguardado e ainda capacitar os profissionais de saúde para uma assistência dentro dos princípios do Sistema Único de Saúde e da humanização.
Introdução: A violência contra a mulher se manifesta sobre diversas formas, com destaque atual para a modalidade obstétrica, que engloba todos os tipos de agressões sofridas pela mulher durante a gestação, trabalho de parto, parto e puerpério; acentuadas pela falta de ética, respeito, responsabilidade, compromisso aos direitos sexuais e reprodutivos, além do uso abusivo e inadequado de intervenções que cessam a autonomia feminina, expondo mulheres à violência obstétrica; caracterizando-se assim, como grave problema de saúde pública no Brasil. Para modificar esse cenário, torna-se necessário entender as simbologias que as mulheres atribuem a este fenômeno social e às práticas assistenciais desenvolvidas durante as fases da gestação, parto e puerpério. Objetivo: Analisar as representações sociais e práticas assistenciais desenvolvidas às mulheres no ciclo gravídico-puerperal sobre violência obstétrica. Método: Trata-se de um estudo do tipo descritivo e exploratório, com abordagem qualitativa, norteado pela Teoria das Representações Sociais e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob nº de parecer 4.944.003.O cenário do estudo foi a maternidade de um hospital público no interior do estado de Minas Gerais, no Brasil. Participaram da pesquisa mulheres no ciclo gravídico-puerperal, respeitando-se os critérios de inclusão e de exclusão. Os dados foram coletados presencialmente, entre os meses de setembro e outubro de 2021, através de um roteiro de entrevista semiestruturada e analisados pela técnica de conteúdo temática proposta por Bardin. Resultados: Evidencia-se que, grande parte das mulheres no ciclo gravídico-puerperal desconhecem o fenômeno da violência obstétrica, dificultando a identificação das ações que as caracterizam ou naturalizando-as. Por outro lado, algumas participantes representam a violência obstétrica como condutas inapropriadas com a gestante e o bebê, a exemplo da Manobra de Kristeller, a ausência do contato pele a pele e os toques vaginais excessivos, ocasionando mal-estar e sensação de desvalia materna, especialmente quando realizadas por profissionais de saúde. No que tange às práticas assistenciais, nota-se pelas falas das participantes que a falta de empatia, a negligência, as humilhações, as orientações conflituosas no ambiente do parto e nascimento, o jejum prolongado antes da parturição e o descaso médico com as demandas da gestante, parturiente e puérpera se sobrepunham a um atendimento digno, qualificado e humanizado, revelando situações de violência obstétrica no cenário estudado. Conclusões: Por fim, percebe-se a necessidade urgente em trabalhar as questões de violência obstétrica com as mulheres no ciclo gravídico-puerperal para que as mesmas possam ter mais conhecimento e seu protagonismo resguardado e ainda capacitar os profissionais de saúde para uma assistência dentro dos princípios do Sistema Único de Saúde e da humanização.
Primary Language | Turkish |
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Subjects | Obstetrics and Gynaecology |
Journal Section | REPRESENTAÇÕES SOCIAIS NA CONTEMPORANEIDAD |
Authors | |
Early Pub Date | March 30, 2022 |
Publication Date | October 31, 2022 |
Submission Date | January 24, 2022 |
Acceptance Date | March 24, 2022 |
Published in Issue | Year 2022 Volume: 7 Issue: Special Issue |
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