Introdução: O climatério é vivenciado de formas distintas pelas mulheres, com variações na sintomatologia, de acordo com aspectos físicos, demográficos, socioeconômicos e culturais. Autores de todo o mundo descreveram características peculiares da percepção e da vivência do climatério entre mulheres de diferentes raças. Entretanto, sintomas climatéricos podem se sobrepor a problemas de saúde associados ao envelhecimento, tais como as doenças crônicas não transmissíveis e doenças crônicas baseadas na adiposidade, se fazendo desejáveis estudos que avaliem essas relações em diferentes populações e regiões. Objetivo: Analisar fatores relacionados à maior frequência de sintomas em mulheres climatéricas no município de Presidente Kennedy, estado de Tocantins, Brasil. Métodos: Realizou-se uma investigação descritiva, de abordagem quantitativa com coleta de dados transversal realizada entre novembro de 2019 a janeiro de 2020. As participantes do estudo foram mulheres assistidas pela Estratégia Saúde da Família. Foram incluídos indivíduos do sexo feminino, na faixa etária entre 40 e 65 anos, que não fossem usuárias de terapia hormonal ou contraceptivos hormonais, sem histerectomia prévia e doenças crônico degenerativas. A coleta foi operacionalizada por entrevista facilitada por profissional de saúde treinado de forma individual em um ambiente tranquilo e reservado. As participantes responderam dois questionários, sendo um criado pelos autores da pesquisa exclusivamente para este estudo, com perguntas objetivas, com respostas “sim” ou “não”, cujo objetivo era realizar o levantamento de dados antropométricos, sociodemográficos e hábitos cotidianos, tais como satisfação com o sono, uso de álcool e tabagismo, prática de atividades físicas e viver em ambiente estressante. O outro questionário respondido pelas participantes foi o Índice Menopausal de Blatt e Kupperman (IMBK), para avaliação clínica dos sintomas climatéricos. Para predizer o impacto dos diversos fatores de risco considerados sobre a ocorrência de sintomas climatéricos foi empregado o método de regressão logística, utilizando como variável dependente a intensidade dos sintomas climatéricos, de acordo com a padronização “pouco sintomáticas” e “muito sintomáticas”. As variáveis com significância estatística na análise univariada foram incluídas no modelo multivariado, bem como apresenta-se Odds Ratio (OR) (IC 95%). Foi considerado valor p≤0,05 para significância estatística. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa da instituição proponente sob CAAE 19554919.9.0000.5377. Resultados: Participaram 120 mulheres divididas em sintomáticas e assintomáticas segundo a frequência de sintomas climatéricos. O risco para sintomas climatéricos foi maior para tabagistas (OR 12 e 43 respectivamente), nas que autoreferiram alteração do sono (OR de 2,1), viver em ambiente rotineiramente estressante (OR de 11,4) e sedentárias (OR de 2,66). Essas variáveis, em conjunto, mostraram-se significantes na análise univariada, mas somente as variáveis não ser fisicamente ativo e ser tabagista foi significante no modelo de regressão logística multivariada (p=0,0013; r2=0,12). Conclusão: A maior frequência de sintomas do climatério feminino nesta amostra esteve relacionada as mulheres com hábitos de vida não saudável como, tabagismo, sedentarismo e estresse. Logo, sugere-se como recurso para atenuação dos sintomas climatéricos, propostas com abordagem multidimensional a saúde humana (físico, mental, social, espiritual), que favoreçam ações promotoras de saúde pensadas para a saúde da mulher na etapa de transição climatérica.
Primary Language | Turkish |
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Subjects | Obstetrics and Gynaecology |
Journal Section | QUALIDADE DE VIDA E SAÚDE EM UMA PERSPECTIVA INTERDISCIPLINAR |
Authors | |
Early Pub Date | March 30, 2022 |
Publication Date | October 31, 2022 |
Submission Date | January 24, 2022 |
Acceptance Date | June 24, 2022 |
Published in Issue | Year 2022 Volume: 7 Issue: Special Issue |
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