Introdução: As lutas por reconhecimento e igualdade de direitos da comunidade formada por lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, queer, intersexo e assexuais (LGBTQIA+), no Brasil, tem início com o despertar do ativismo homossexual na segunda metade da década de 1970. Ao longo da história, esse público tem sofrido com preconceitos e discriminações por parte de grande parcela da sociedade, tanto na saúde como na educação, devido a expressão de uma identidade sexual oposta ao padrão de gênero culturalmente estabelecido, sendo a violência sofrida por estes grupos manifestadas das mais diversas formas, o que leva ao comprometimento da qualidade de vida de todos esses indivíduos e interferem de maneira negativa no exercício de sua cidadania ao ter direitos básicos violados. Objetivo: Analisar a percepção de transexuais sobre situações de preconceito e violência vivenciadas no seu cotidiano que levam à interferência da sua qualidade de vida. Método: Pesquisa qualitativa, do tipo social estratégica, ancorada no Paradigma da Complexidade, que considera o olhar para fenômenos de maneira articulada e polidimensional, buscando abarcar aspectos que são indissociáveis na composição desse fenômeno, possibilitando um olhar para as interações e contextos com abordagem transdisciplinar da realidade vivenciada. O período da pesquisa foi junho a dezembro de 2019, com 25 transexuais residentes de Petrolina/PE e Juazeiro/BA, através de entrevista semiestruturada e diário de campo. Essa abordagem possibilitou realizar o registro das informações da entrada no campo; aproximação dos participantes; detalhes sobre as técnicas de coleta; e andamento da pesquisa. Os dados foram analisados mediante o Paradigma da Complexidade, direcionados por duas noções principais: a contextualização e a compreensão. Resultados: A qualidade de vida de transexuais se mostrou comprometida baseada nas situações de violência e preconceito vivenciadas de forma constante em seu cotidiano. As violências psicológicas e verbais foram as mais presentes, expressas por xingamentos e olhares discriminatórios, levando ao medo e isolamento social. Situações como a dificuldade no uso do banheiro público e o respeito ao nome social se mostraram bastante presente nas situações vivenciadas. No que se referem às dificuldades enfrentadas pelos transexuais, foram citadas as barreiras de acesso à saúde e educação, a baixa inserção no mercado de trabalho e relações familiares e religiosas conflituosas. Conclusões: Mesmo existindo avanços com relação à conquista de direitos da comunidade LGBTQIA+, ainda há um longo caminho a percorrer, que vai desde a educação e sensibilização da população em geral, com relação aos direitos e especificidades dessas pessoas, a qualificação de profissionais, tanto da saúde como da educação a partir de sua formação, de modo a lidarem de forma natural e profissional com esse público, até a criação e implantação de políticas públicas mais rígidas, que visem a inclusão no mercado de trabalho, diminuição de desigualdades e a tolerância a diversidade.
Pessoas LGBTQIA+ Populações Vulneráveis Violação aos Direitos Humanos Violência Preconceito
Primary Language | Turkish |
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Subjects | Sociology (Other) |
Journal Section | QUALIDADE DE VIDA E SAÚDE EM UMA PERSPECTIVA INTERDISCIPLINAR |
Authors | |
Early Pub Date | March 30, 2022 |
Publication Date | October 31, 2022 |
Submission Date | January 24, 2022 |
Acceptance Date | June 24, 2022 |
Published in Issue | Year 2022 Volume: 7 Issue: Special Issue |
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