Introdução: Por meio da autopercepção é possível analisar como diversas características individuais influenciam desfechos de saúde e bem estar das pessoas. Não somente aspectos físicos são levados em consideração, mas também fatores como acesso à informação, aspectos demográficos, crenças, valores, práticas em saúde e capacidade física, cognitiva e relações emocionais têm sido associados à saúde individual, e em especial, à autopercepção de saúde. O conhecimento sobre a autopercepção de saúde de idosos, em momento de pandemia, podem auxiliar no planejamento de estratégias e ações em saúde, com vista a um cuidado integral e diretivo. Objetivo: avaliar a prevalência de autopercepção negativa em saúde e fatores associados em idosos internados por COVID-19. Método: Estudo descritivo, transversal, de caráter quantitativo, realizado em uma instituição hospitalar pública de ensino do Paraná junto a 91 idosos internados em decorrência da COVID-19 nos setores de clínica médica, no período de outubro de 2020 a abril de 2021. A coleta de dados foi realizada na beira leito, entre o primeiro e terceiro dia de internamento no setor de clínicas. O paciente poderia ser admitido do pronto atendimento ou da unidade de terapia intensiva, de forma individualizada, diretamente com o idoso. Quando este não estava responsivo, os dados eram coletados com seu acompanhante. Aplicou-se o instrumento sociodemográfico e de autopercepção em saúde e os dados foram analisados pelo teste qui-quadrado. As informações angariadas serviam de suporte para o planejamento de ação da equipe de atenção gerontológica composta por residentes multiprofissionais em saúde do Idoso. Resultados: A amostra foi composta em sua maioria por idosos do sexo masculino (59,3%), com idade entre 60 e 69 anos (64,8%) e casado (51,6%). Em relação a condição de saúde, 61,4% necessitaram de acompanhamento durante a internação, 60,0% não apresentavam multimorbidade, 69,5% não fazia uso de polifarmácia e 93,4% não teve internação recente. Ainda, grande parte dos idosos internados sobreviveu à COVID-19. A percepção negativa em saúde foi relatada por 30,8% dos idosos internados com a COVID-19, e esteve significativamente mais presente em mulheres (p=0,009), idosos sem companheiros (p=0,009), com presença de multimorbidade (p=0,006) e que faz uso de polifarmácia (p=0,03). Conclusões: Conclui-se que a prevalência de autopercepção negativa em saúde de idosos foi baixa, considerando que os indivíduos se encontravam um momento crítico de vida, que é a hospitalização, e somado a este contexto, os pacientes foram hospitalizados em decorrência da COVID-19, uma pandemia que afetou de diversas forma a qualidade de vida, saúde e formas de viver. Contudo, mesmo com baixa autopercepção em saúde encontrada, cuidado especial deve ser dado a população idosa, principalmente as mulheres, pessoas sem acompanhantes, com multimorbidade e em uso de polifarmácia, que foram os que apresentaram percepção mais negativa em saúde.
Palavras-chave: Autoimagem; Autoavaliação; Saúde; Idoso; COVID-19.
Primary Language | Turkish |
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Subjects | Nursing |
Journal Section | ACTIVIDADE FÍSICA, DESPORTO E SAÚDE EM SUA RELAÇÃO COM O COVID-19 |
Authors | |
Early Pub Date | March 30, 2022 |
Publication Date | October 31, 2022 |
Submission Date | January 24, 2022 |
Acceptance Date | January 30, 2022 |
Published in Issue | Year 2022 Volume: 7 Issue: Special Issue |
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