Introdução: Em uma sociedade patriarcal como a brasileira, em que muitas mulheres não administram seus desejos e seus corpos, a violência doméstica ainda é assunto preocupante, por ainda hoje organizar as relações de poder na instituição do matrimônio. Embora, em 2006, a Lei Maria da Penha tenha surgido como uma forma de legitimar a luta das mulheres para coibir os feminicídios e outras formas de violência, estudo do IPEA (2013) revela que as mulheres ainda sofrem com maus tratos de seus parceiros íntimos. Objetivo: Torna-se importante compreender como em um momento em que há a institucionalização de direitos de gênero e a reafirmação dos direitos humanos da mulher, sobretudo no que diz respeito à dignidade humana, a violência doméstica ainda é discurso circulante. Método: Com vistas a compreender as formações discursivas que sustentam os dizeres que legitimam a violência doméstica como possibilidade, com aporte teórico-metodológico da Análise do Discurso de orientação pêcheuxtiana, foram selecionadas duas matérias jornalísticas sobre o assassinato em legítima defesa de um homem, ex-marido de vítima de violência doméstica, pelo atual companheiro, em Joinville. A primeira foi veiculada pela RIC TV, afiliada da Rede Record, na cidade em que ocorreu o assassinato, no Jornal do Meio-dia. A segunda foi produzida e transmitida pelo programa Cidade Alerta, de âmbito nacional. As reportagens foram extraídas dos sites das respectivas emissoras. A opção por essas materialidades deveu-se à grande circulação na sociedade e pelo grau de institucionalização. Após análise, observou-se o funcionamento de duas formações discursivas para a legitimação dos dizeres das matérias jornalísticas, sendo que em nenhuma delas a mulher é significada como protagonista de sua própria história. Resultados: Assim, ainda que tenha fala na reportagem, o espaço a ela reservado é pequeno, o que revela que os dizeres dos sujeitos-jornalistas encontram-se revestidos pela ideologia patriarcal. Apesar de haver deslizamento de sentidos entre as formações discursivas, haja vista serem suas fronteiras instáveis, esse intercambiamento não é suficiente para legitimar a mulher como centro da história. Conclusão: A violência doméstica não é significada como ponto fulcral na construção de uma sociedade mais igualitária. A filiação discursiva dos sujeitos envolvidos a configura apenas como uma violência qualquer, a vender prestígio ao jornalista, ao construir o sujeito ideológico como justiceiro social, cada reportagem em um grau de filiação diferente. Isto posto, é válido considerar que as filiações, em momentos enunciados (na escrita), assume posições reconhecidas pelo sujeito discursivo em sua materialidade (língua).
Papel de Gênero Equidade de Gênero Abuso Emocional Comparação Social Fatores Sociais
Gender Role Gender Equidity Emotional Abuse Social Comparison Social Factors
Birincil Dil | Türkçe |
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Bölüm | REPRESENTAÇÕES SOCIAIS NA CONTEMPORANEIDAD |
Yazarlar | |
Erken Görünüm Tarihi | 30 Mart 2022 |
Yayımlanma Tarihi | 31 Ekim 2022 |
Gönderilme Tarihi | 24 Ocak 2022 |
Kabul Tarihi | 24 Haziran 2022 |
Yayımlandığı Sayı | Yıl 2022 Cilt: 7 Sayı: Special Issue |
Sağlık Akademisi Kastamonu, 2017 yılından itibaren UAK doçentlik kriterlerine göre 1-b dergiler (SCI, SSCI, SCI-expanded, ESCI dışındaki uluslararası indekslerde taranan dergiler) sınıfında yer almaktadır. SAĞLIK AKADEMİSİ KASTAMONU Dergi kapağı Türk Patent Enstitüsü tarafından tescil edilmiştir.